Imperialismo, link para vídeo aula - https://www.youtube.com/watch?v=wiAWJmBHG6A, ou clique na barra de vídeo ao lado da postagem.
Texto complementar:
Imperialismo
Prática
utilizada pelas nações e povos mais poderosos para ampliar e manter o controle
ou influência sobre nações ou povos mais fracos. No mundo antigo o imperialismo deu
origem a grandes impérios que surgiam quando um povo tentava dominar os demais,
criando um sistema de controle centralizado.
O
imperialismo europeu da Era Moderna é caracterizado pela expansão colonialista
sobre territórios de ultramar. Os sistemas imperialistas foram estruturados,
segundo a doutrina domercantilismo:
cada metrópole buscava controlar o comércio de suas colônias para monopolizar
os benefícios conseguidos.
Em meados do
século XIX, surgiu uma outra variante, o imperialismo de livre câmbio. No
entanto, esta modalidade logo desapareceria: antes do final do século XIX, as
potências européias haviam voltado a praticar a anexação territorial,
expandindo-se pela África, pela Ásia e pelo Pacífico.
A partir do
fim da II Guerra Mundial, e da dissolução da maior parte dos impérios, passou a
prevalecer o que pode ser qualificado como imperialismo econômico moderno: por
exemplo, o que é exercido pelos Estados Unidos sobre determinadas nações do
Terceiro Mundo. Do mesmo modo, as potências européias continuam a interferir na
vida política e econômica de suas antigas colônias.
Os movimentos
imperialistas da Idade Moderna e da Idade Contemporânea não devem ser
confundidos. Apesar de ambos objetivarem o enriquecimento de nações poderosas
através da exploração de países fracos, apresentam muitas diferenças, como se
observa no quadro seguinte.
ANTIGO SISTEMA COLONIAL
|
IMPERIALISMO CONTEMPORÂNEO
|
|
Época
|
séculos XV-XVIII
|
séculos XIX-XX
|
Contexto
|
capitalismo comercial
|
capitalismo industrial
|
Forma
|
domínio político
|
domínio político (formal) domínio econômico (informal)
|
Região
|
América
|
Ásia e África (formal) América (informal)
|
Objetivos
|
metais preciosos produtos tropicais
|
mercado consumidor matérias-primas básicas campo de investimento
|
A Inglaterra
era a maior potência colonial: em 1909, dominava 20% da superfície e 23% da
população mundial. Contudo todos os países industrializados tentaram obter
áreas coloniais que garantissem a continuidade de seu desenvolvimento
econômico e de seu poderio e prestígio político. Às vésperas da Primeira
Guerra, em 1914, o imperialismo formal, direto, estendia-se a 90% da África e
56% da Ásia; no conjunto, 60% da superfície mundial estavam sob imperialismo
formal, e 11% sob o informal.
O
imperialismo formal — a ocupação direta, territorial — foi exercido sobretudo
na Ásia e África, regiões muito populosas (com mercados consumidores
potencialmente grandes) e de vastos recursos naturais (com as matérias-primas
necessárias às indústrias).
Aproveitando-se
dos desentendimentos internos daquelas regiões, as potências industrializadas,
pretextando levar para lá a superior civilização ocidental — deslavadamente
chamada de "o fardo do homem branco" — dividiram as áreas entre si,
não sem atritos.
Na África, a
França ficou principalmente com a parte Norte e Noroeste (Tunísia, Argélia,
Marrocos, Mauritânia, Mali, Niger, Costa do Marfim); a Inglaterra, com o
Nordeste (Egito e Sudão), o Sudeste (Quênia, Tanzânia, Zâmbia, Rodésia, Botswana,
África do Sul) e a costa atlântica (Nigéria); a Bélgica, com o centro (Congo,
atual Zaire); a Itália e a Alemanha, com porções menores e dispersas. O
episódio mais conhecido do imperialismo ocidental na África foi a Guerra dos
Bôeres (1899-1902): a descoberta de diamantes no Sul do continente atraiu os
britânicos, que encontraram forte resistência dos bôeres; essa população de
origem holandesa, estabelecida ali há mais tempo, foi vencida e teve de acatar
a soberania inglesa, que se consolidava na região.
Na Ásia, a
Inglaterra ficou com a índia; a França, com o Sudeste; e os demais países, com
áreas menores. A China, extremamente atraente por sua imensa população,
conheceu a penetração de vários imperialismos, com cada potência reser-vando-se
uma parte de seu território. Tentando introduzir no país o ópio produzido na
índia, a Inglaterra encontrou forte resistência (Guerra do Ópio —
1839-1842), porém acabou recebendo Hong-Kong e forçando os chineses a abrirem
cinco portos ao comércio internacional.
Em 1900, na
Revolta dos Boxers, os nacionalistas chineses procuraram inutilmente expulsar
todos os estrangeiros do país, cuja situação se agravava. Essas reações,
criando um clima antiocidental e anticapitalista, prepararam o terreno para a
revolução socialista do século XX.
A América
Latina, devido ao peso de seu passado colonial, não conseguiu alterar suas estruturas
após a independência política. Aliás, a própria independência só foi possível,
em parte, graças ao apoio da Inglaterra.
Caso típico
de imperialismo informal é o Brasil: mais de 50% de suas importações vinham da
Inglaterra; os investimentos estrangeiros eram maciços (os da Inglaterra
superavam os de todos os outros países juntos); abriam-se mais empresas de
capital europeu que nacional; a retração do tráfico negreiro e a posterior
abolição da escravatura deveram-se às pressões inglesas, refletindo seu interesse
em ampliar o mercado consumidor; crescia o endividamento do governo com grupos
capitalistas estrangeiros. Portanto, se juridicamente a situação do Brasil era
de país livre desde 1822, na prática ele mantinha sua dependência, só que agora
econômica (não mais política) e em relação à Inglaterra (não mais a Portugal).
Conclusão
Razões
diversas podem ser apontadas para explicar o imperialismo. Embora os interesses
econômicos sejam os fatores de maior influência, alguns autores dão ênfase aos
condicionamentos políticos, ao desejo de poder, de prestígio e de vantagens
diplomáticas em relação a outros Estados. Outra hipótese defende os motivos
ideológicos e morais: alguns países seriam levados a estender sua influência
para difundir valores políticos, culturais ou religiosos. E, por fim, há
teorias fundamentadas nas circunstâncias políticas das nações menos
desenvolvidas.
Por: Alessandra
Martin de Souza
Fonte: http://www.coladaweb.com/historia/imperialismo